terça-feira, 28 de junho de 2011

Um post muito especial...

Olá amigos queridos!

Geralmente eu costumo publicar os selos de blogs amigos na página "Mimos de Blogs Amigos", que fica nas abas logo acima da postagem. Contudo, ontem, recebi uma homenagem tão especial que, a meu ver, merece ser destaque de um post inteirinho...

O queridíssimo Sandes, do blog Meio Desligado resolveu me presentear com um selinho feito especialmente em homenagem ao Devaneios, em comemoração aos 200 seguidores que devaneiam comigo!

Fiquei surpresa e emocionada com tal homenagem, além, é claro, de ter ficado embasbacada com a delicadeza do gesto e, obviamente, do selinho (que é lindo, lindo, lindo!)!

Sandes, querido, não há palavras que possam descrever o quanto esse gesto significou para mim...
Agradeço de todo coração!

Amigos queridos que devaneiam comigo, peço que passem lá no cantinho do Sandes e confiram que lindo o post que ele dedicou ao Devaneios (e, é claro, aproveitem para acompanhar o ótimo blog dele!). 
Para isso, basta clicar AQUI.

Vejam que coisa mais fofa o selo:



Sandes, querido, como o selinho é em homenagem aos 200 seguidores do Devaneios, enada mais justo que eu compartilhe rapidamente a história do blog... 

O Devaneios, para quem não sabe, existe desde dezembro de 2007 e era, inicialmente, um espaço despretensioso, onde eu postava minhas impressões acerca de assuntos, temas, opiniões, pessoas, situações (etc.) que, de uma maneira ou outra, mexiam comigo.
Poucas pessoas o liam além de mim; apenas alguns poucos amigos queridos. 
Até que, em certo momento, um tanto surpresa, eu leio o seguinte comentário em um post que fiz sobre o filme "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain": 

"Andréia, porque raios vc só tem isso de seguidor? Teu blog é excelenteeee!!! Me apaixonei! Vou te seguir e gostaria muit que vc visitasse o meu tb!!! Nunca vi esse filme mas ja li sobre ele em outros blogs, só que vc me despertou a vontade de aluga-lo... fiquei curiosa!Beijos e boa sorte pra vc!".

Bem, é claro que antes desse comentário específico, algumas pessoas novas já estavam circulando por aqui e me alegrando com sua presença (e também sou muito grata a elas). Contudo, esse comentário tão espontâneo fez uma diferença enorme para mim, principalemnte porque a pessoa que o fez, de fato, passou não somente a seguir o blog, mas a lê-lo e a participar sempre por aqui.

Isso fez com que eu percebesse que, efetivamente, haviam pessoas que poderiam se dar o trabalho de ler, de discordar, de concordar e, até mesmo, de apreciar o que penso ou escrevo.


Bem, essa é a breve história de como o Devaneios se tornou o que é hoje, um blog repleto de pessoas realmente queridas e especiais.

Sandes, querido, achei essa sua homenagem um ato maravilhoso e, se você me permite, eu repasso a delicadeza do seu gesto, dedicando esse selinho à pessoa do comentário acima, que foi, de certa maneira, quem impulsionou o Devaneios a ser o que é hoje.

Essa pessoa querida e especial é a Camila Monteiro, do blog Vida Complicada Demais.

Cami, querida, agradeço sua presença sempre constante aqui no Devaneios e também sua amizade e, por isso, gostaria que você levasse para seu cantinho essa homenagem e que, se possível, a repassasse a alguém que fez diferença em sua vida (da mesma maneira como você fez na minha) e que pedisse o mesmo a essa pessoa (e assim por diante).

Sandes, querido, agradeço de todo o coração essa homenagem tão linda e carinhosa que você prestou ao Devaneios e espero que o selinho do Meio Desligado circule por toda a blogosfera, fazendo muitas pessoas tão felizes quanto você me fez!

Um grande beijo, meu querido e, mais uma vez, meu muito obrigada!

PS: Aos demais amigos que devaneiam comigo e que circulam sempre por aqui, me alegrando com sua presença, amizade e companhia, peço que, por favor, não se sintam menos especiais...
Saibam que moram todos em meu coração e que são, cada um a sua maneira, extremamente queridos e especiais. Aliás, se passarem na página "Selos e Mimos p/ você!" verão que há diversos selinhos que dedico a todos os que me acompanham.

Um beijo emocionado a todos vocês!

Déia

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Da série "Coisas-estranhas-que-acontecem-comigo"

 
Dia desses fui à Padaria a fim de comprar um lanchinho e, uma vez que não como qualquer tipo de carne há mais de dez anos, lancei à atendente a perguntinha de praxe: "Há algum salgado, dentre estes, que não contenha carne?"

A menina, muito solícita, começou a enumerá-los: "Hummmm...tem o pastel de quatro queijos e o folhadinho de palmito e queijo".

Então eu perguntei: "Tem algum que seja assado?"

E ela, prontamente: "Sim, sim... tem o assado de presunto e queijo."

Eu: "Não, eu quero saber se tem algum assado SEM carne..."

Ela: "Mas então, tem esse de presunto e queijo!"

Eu, mais que depressa, respondi: "Amada, presunto É carne..."

(Ok, até aqui, nenhuma novidade. Isso geralmente acontece comigo. Parece que as atendentes de Padaria não se dão conta de que frango e presunto também são carne... Mas essa atendente superou toda e qualquer expectativa...)

Ela, com cara de quem não está entendendo: "Hã?!?"

Eu, já suspirando fundo: "Presunto É carne!"

Ela, com ar incrédulo: "Como assim?"

Eu, já perdendo a paciência (juro que pensei que ela estivesse de gozação p/ cima de mim): "Você por acaso já ouviu alguém dizer que iria até a árvore para colher umas fatias de presunto? Não, né? Pois o presunto é feito de CARNE!"

Ela, olhando de soslaio, meio desconfiada: "Mas minha irmã é vegetariana e come presunto..."

Eu, já querendo desistir da conversa e da compra: "Pois então sua irmã NÃO É vegetariana..."

Ela: "Mas ela é vegetariana, sim... Vai ver ela não sabe que presunto é carne..."

Eu, já desanimada "Pois é..."

Terminado esse diálogo bizarro, eu escolhi o pastel de quatro queijos e o folhadinho de palmito e queijo e já estava dando tchau quando a atendente sorri de orelha à orelha e lança o golpe final:

"Ah! Já sei! É que ela não é bem vegetariana... Ela come carne às vezes, mas só carne branca... Vai ver é por isso que ela come presunto, né?"

o.O

Morri!

Dei um "sorrisinho amarelo" e fui embora quase correndo...

...

Uma primeira versão deste texto, de minha autoria, também está publicada no blog De repente, 30 no qual escrevo aos domingos.  
Sinta-se à vontade para copiá-lo, porém peço que respeite a autoria citando a fonte, ok? Abraços, Déia

sábado, 25 de junho de 2011

Para refletir. . .


Meus queridos, recebi por e-mail e compartilho com vocês:

Conta-se que, no século passado, um turista americano foi à cidade do Cairo no Egito, com o objetivo de visitar um famoso sábio.
O turista ficou surpreso ao ver que o sábio morava num quartinho muito simples e cheio de livros. As únicas peças de mobília eram uma cama, uma mesa e um banco.
- Onde estão seus móveis? Perguntou o turista.
E o sábio, bem depressa, olhou ao seu redor e perguntou também:
- E onde estão os seus...?
- Os meus?! Surpreendeu-se o turista. Mas estou aqui só de passagem!
- Eu também... - concluiu o sábio.
"A vida na Terra é somente uma passagem...
No entanto, alguns vivem como se fossem ficar aqui eternamente, e esquecem-se de ser felizes." 

NÃO SOMOS SERES HUMANOS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL... SOMOS SERES ESPIRITUAIS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA HUMANA.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Talvez

Talvez eu venha a envelhecer rápido demais. 
Mas lutarei para que cada dia tenha valido a pena.
Talvez eu sofra inúmeras desilusões no decorrer de minha vida. 
Mas farei  com que elas percam a importância nos gestos de amor que encontrei.
Talvez eu não tenha forças para realizar todos os meus ideais. 
Mas jamais irei me considerar um derrotado.
Talvez em algum instante eu sofra uma terrível queda. 
Mas não ficarei por muito tempo olhando para o chão.
Talvez um dia o sol deixe de brilhar.
Mas então irei me banhar na chuva.
Talvez um dia eu sofra alguma injustiça. 
Mas jamais irei assumir o papel de vítima.
Talvez eu tenha que enfrentar alguns inimigos. 
Mas terei humildade para aceitar as mãos que se estenderão na minha direção.
Talvez numa dessas noites frias, eu derrame muitas lágrimas. 
Mas não terei vergonha por este gesto.
Talvez eu seja enganado inúmeras vezes. 
Mas não deixarei de acreditar que em algum lugar alguém merece a minha confiança.
Talvez com o tempo eu perceba que cometi grandes erros. 
Mas não desistirei de continuar trilhando meu caminho.
Talvez com o decorrer dos anos eu perca grandes amizades. 
Mas irei aprender que aqueles que realmente são meus verdadeiros amigos nunca estarão perdidos.
Talvez algumas pessoas queiram o meu mal. 
Mas irei continuar plantando a semente da fraternidade por onde passar.
Talvez eu fique triste ao concluir que não consigo seguir o ritmo da música. 
Mas então, farei com que a música siga o compasso dos meus passos.
Talvez eu nunca consiga enxergar um arco-íris. 
Mas aprenderei a desenhar um, nem que seja dentro do meu coração.
Talvez hoje eu me sinta fraco. 
Mas amanhã irei recomeçar, nem que seja de uma maneira diferente.
Talvez eu não aprenda todas as lições necessárias. 
Mas terei a consciência que os verdadeiros ensinamentos já estão gravados na minha alma.
Talvez eu me deprima por não ser capaz de saber a letra daquela música.  
Mas ficarei feliz com as outras capacidades que possuo.
Talvez a vontade de abandonar tudo torne-se a minha companheira. 
Mas ao invés de fugir, irei atrás do que almejo.
Talvez eu não tenha motivos para grandes comemorações.  
Mas não deixarei de me alegrar com as pequenas conquistas.
Talvez eu não seja exatamente quem gostaria de ser. 
Mas passarei a admirar quem sou. 
Porque no final saberei que, mesmo com incontáveis dúvidas, eu sou capaz de construir uma vida melhor.
E se ainda não me convenci disso, é porque como diz aquele ditado: "ainda não chegou ao fim".
Porque no final não haverá nenhum "talvez" e sim a certeza de que a minha vida valeu a pena e de que eu fiz o melhor que podia.
                                                                                                                                                                         Aristóteles Onassis

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Agradecimento aos amigos

Queridos amigos!
Gostaria de agradecer a cada um de vocês pela companhia sempre presente aqui no Devaneios, pelo carinho e pela amizade que me dedicam!
Vocês todos são importantíssimos para mim e enchem minha vida de cor!
Quero, com todo carinho, dedicar a todos os meus seguidores esse selinho comemorativo de 200 seguidores do blog e peço que o dediquem aos blogs que enchem a vida de cada um de vocês de alegria!




Um beijo colorido e feliz!

Déia

Ninguém vê a si mesmo



 

Por maior que seja o esforço, o resultado será quase sempre nulo. Não conheci até hoje ninguém (estou incluso na estatística) que conseguisse ver a si mesmo com isenção, com equanimidade. Estamos tão comprometidos em passar uma imagem que se aproxime da perfeição que nada é capaz de destruir essa trapaça mental que costumamos fazer. Mesmo que defeitos se sobressaiam gritantemente em relação às qualidades, serão essas últimas a ocupar um lugar de destaque no nosso diálogo com o outro.

[...]

De minha parte, tenho tentado, dia após dia, me desarmar e chegar sem escudos aos seres com que convivo. É certo que o resultado nem sempre é o desejado, mas a tentativa de reconhecer o que em mim é falho, as minhas obsessões, os demônios que me habitam, talvez mereça algum crédito. Provavelmente essa busca seja o resultado do meu cansaço em ver tantas pessoas placidamente sentadas em seu trono particular, com total desconsideração pelos desejos dos que os cercam. Quase sempre com a boca repleta de frases que fariam um ditador viciado em poder sentir-se aprendiz.

Não é fácil se despir desses auto-enganos que vamos laboriosamente alimentando ao longo da vida. Com isso não busco negar a importância da construção de uma boa imagem. Mas ela tem de ter pelo menos uma razoável relação com o que de fato somos. Caso contrário, morreremos com a falsa crença de que quem tem de mudar é a esposa, o filho, o vizinho, o colega. Uma pequena dose de honestidade é vital para desembaçar o vidro que colocamos entre nós e nós mesmos.

Vou persistir nessa interminável tarefa de trapacear um pouco menos comigo. [...] Somos mestres em disfarces. A segunda resolução é que desisti de tentar fazer o jogo do convencimento, essa tentativa de mudar quem está próximo. Pura perda de tempo. São decisões estritamente pessoais e que não podem ser forçadas por uma mão alheia, por mais leve que ela seja.

Eu sou o que menos sabe de mim. Sou meu maior desconhecido. Preciso de todos para retirar essa espessa camada que me impede de ver o óbvio. O difícil óbvio que muitas vezes embaralha o que deveria nascer encharcado de sinceridade. Se me furtar a isso, estarei cometendo a maior das traições, talvez a única que mereça esse nome.

Gilmar Marcílio

Extraído DAQUI

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Le Placard


Poucas pessoas sabem, mas amo filmes quase tanto quanto amo livros (eu disse quase!).
E alguns filmes, definitivamente, são uma verdadeira obra-prima.
É o caso do filme francês O Closet – Le Placard, no original –, do diretor Francis Weber (roteirista de A Gaiola das Loucas [1996], da versão original francesa Le cage aux folles [1978] e da continuação Le cage aux folles II [1980]).
O Closet (2001) é uma deliciosa comédia francesa que aborda, de maneira leve, sensível e bastante incomum, o tema da homossexualidade.
O filme conta a história de François Pignon (Daniel Auteuil), um medíocre contador de uma fábrica de produtos borracha, que fracassou em todos os aspectos da sua vida:
- foi abandonado pela mulher há 2 anos e ainda é completamente apaixonado por ela;
- é rejeitado pelo filho adolescente, que o considera entediante e sem graça;
- é constantemente desprezado e humilhado pelos colegas de trabalho, que o veem uma pessoa chata e insignificante
- e, como se não bastasse, ainda escuta um boato de que será demitido.
Sentindo-se fracassado e desiludido com a vida, Pignon decide suicidar-se, mas é impedido por Belone (Michael Aumont), seu novo vizinho, um ex-psicólogo empresarial, que o convence a desistir do suicídio e lhe oferece uma solução para manter-se no emprego e evitar a iminente demissão: assumir sua homossexualidade e “sair do armário”.
Pignon fica surpreso com a ideia, pois, afinal, não é homossexual, mas acaba concordando com o inusitado plano, que, surpreendentemente, revela-se perfeito. A empresa, uma fábrica de produtos de borracha, entre eles, camisinhas, decide mantê-lo no cargo por medo de sofrer represálias do público gay (que representa parte significativa de seus consumidores) e de ser acusada de homofobia.
A partir o momento em que a suposta homossexualidade de Pignon vem à tona, reações e situações inusitadas ocorrem, deixando entrever o quanto o preconceito ainda impera nas relações. Detalhe essencial é a brilhante e divertidíssima atuação de Gérard Depardieu, na pele do machão, preconceituoso e confuso Félix Santini.
Se engana quem pensa que O Closet é mais um desses filmes cheios de clichês ou carregados de dramas. A questão do preconceito é abordada com extrema leveza e com toques da mais fina ironia, que se faz presente ao longo de todo o filme.
Vale lembrar que, apesar de ser um filme cômico, as reflexões ele suscita são extremamente atuais e pertinentes e vão desde questões éticas e morais, até questões de relações interpessoais, tanto em nível social quanto profissional.
Enfim, O Closet é um filme interessantíssimo e, ao mesmo tempo, leve e divertido.
Recomendadíssimo!

 

 
 
Ficha Técnica
Título no Brasil:  O Closet
Título Original:  Le Placard
País de Origem:  França
Gênero:  Comédia
Tempo de Duração: 84 minutos
Ano de Lançamento:  2001
Estúdio/Distrib.:  Warner Home Video
Direção: Francis Veber

quinta-feira, 16 de junho de 2011

AS FACES DE EVA

     Dia desses postei um texto magnífico, intitulado In Nomine Feminae, da poetisa e contista carioca Laura Esteves. Fiquei tão maravilhada com a profundidade do texto, que decidi escrever para o e-mail da autora a fim de parabenizá-la e de dizer-lhe o quanto fiquei encantada. Ainda no mesmo dia a simpática autora respondeu meu e-mail, gentilmente dizendo-me que, se eu tivesse interesse, ela poderia enviar-me alguns livros pelo correio. Obviamente minha resposta foi positiva e lá fiquei eu, aguardando ansiosamente a chegada dos tais livros.
     Na última quinta-feira, 09/06/11, recebi em casa dois exemplares da autora, intitulados, respectivamente, Rastros e O dia em que as mulheres voaram e outras histórias.

     Amigos, não tenho palavras para expressar o quanto esse livros se tornaram especiais para mim e o quanto fizeram crescer, em mim, a admiração por esta poetisa fantástica.

     E agora, para dar-lhes uma palhinha da sensibilidade da autora, e de sua profunda compreensão do universo feminino, presenteio vocês com o belíssimo poema As Faces de Eva, que está no livro Rastros.
 
AS FACES DE EVA
- para as mulheres, sempre atrizes - 

Muitos os meus nomes:
bruxa, vaca, piranha, gostosa,
puta, santa, rainha, mater-dolorosa.
Alguém decidiu por mim.
Conveniente, necessário
para todos: família, sociedade.
Concordei, sempre concordei,
carcereira de minha própria vontade.
Ah! muitas as minhas faces:
lebre, cobra, aranha-negra, camaleoa.
Camuflagem perfeita!
Minei pelas reentrâncias,
me esgueirei pelos subterrãneos,
sempre alerta, sempre à espreita.
Foi o jeito medonho
que encontrei para existir,
para não matar meu sonho.
Quando quiseram tirar o prazer
do meio das minhas pernas, disfarcei.
Falsa aparência.
Com paciência deixei a brasa
escondida lá embaixo, pronta para ser acesa.
Trouxe o prazer para dentro do peito, do pensamento.
Triângulo perfeito: sexo, coração e mente.
Quando me trancaram entre paredes
e tornei-me rainha do lar, busquei as delicadezas.
Não me deixei esmagar.
Equilibrei-me num fio tênue de esperança,
que passava um pouco além do meu quintal.
Quando batia o bolo com ar angelical,
me lambuzava de tortos pensamentos.
O comboio lá dentro: planc, plan, planc.
Pura arritmia.
Pensamentos só meus, ninguém mais sabia.
Quando me queimaram viva nas fogueiras,
gritei impropérios e maldições.
Saíam como açoites de minha garganta
e entravam pelas frestas das portas.
Chicoteavam os habitantes da vila.
As palavras bem lá no fundo:
"um novo tempo. . . um novo tempo. . . 
sem castigo ou coação. . . "
Tornei-me lenda e mito.
Ganhei o sexto sentido:
os cinco já conhecidos e o da premonição.
Chegou o novo tempo.
Depois de tantos açoites, de tantos ais, estou aqui.
Santa? Puta? Rainha?
Não importa, rompi tudo, derrubei altares e catedrais.
Fui em busca do meu gozo, do meu sonho, do meu ser.
Hoje, estou aqui, repito.
Do jeito que sempre quis.
Sou mulher/personagem de minha vida: atriz.

(Para a peça "Mulher, poema do século", Companhia Teatral Cláudio Filiciano)



     Se vocês quiserem desfrutar de um pouquinho da sensibilidade de Laura Esteves, podem visitar os endereços abaixo e ler alguns de seus escritos:

     Além disso, é possível encontrar seus livros nos links abaixo:
     Você encontra o maravilhoso livro Rastros AQUI.
     O livro O dia em que as mulheres voaram e outras histórias (e outros livros dela) você encontra AQUIAQUI. (neste último link você também encontrará outros títulos da autora)
     E, finalmente, você encontra outros livros da Laura Esteves AQUI.

     Deixo para vocês esse lindo vídeo de apresentação da autora, com trechos de suas poesias: 


domingo, 12 de junho de 2011

Sobre vivenciar um "eu te amo". . .


 

  Como hoje é dia dos namorados, decidi escrever acerca de um tema, por vezes, muito banalizado: o amor.
Tenho a nítida impressão de que, a cada dia, mais e mais pessoas falam “eu te amo” o tempo todo e para qualquer um sem, no entanto, realmente vivenciarem essas palavras.
É possível, ao olhar ao redor, perceber casais de namorados que não se respeitam, mas que permanecem juntos por conta do suposto “amor” que os une. É possível perceber casais que, há tempos, não tem o menor interesse um pelo outro, mas que se mantém fisicamente lado a lado porque, vez ou outra, um deles diz as “três palavrinhas mágicas”.
Tais coisas fazem com que eu fique me questionando: Será que um simples “eu te amo” é suficiente para que duas pessoas possam permanecer juntas e felizes? Será que, para sentir-se amado, basta apenas que o outro proclame essas “três palavrinhas mágicas”?
Não para mim!
Eu acredito que amar requer muito mais do que caras e bocas, olhares oblíquos e piscadelas sensuais... Requer muito mais do que beijos apaixonados, sexo acrobático e declarações de amor eterno...
E, por falar em declarações, em minha opinião, palavras são apenas palavras que, sozinhas, não significam coisa alguma.
Eu acredito que amar alguém requer demonstração de sentimento. E quando falo em demonstração, não me refiro a grandes arroubos apaixonados, tampouco a presentes caríssimos. Quando falo em demonstração de amor, me refiro às pequenas ATITUDES do dia-a-dia.
Você demonstra seu amor, por exemplo, quando, apesar do frio, levanta da cama no meio da madrugada para aquecer a bolsa de água quente do companheiro que está com os pés gelados.
Você demonstra seu amor quando decide acordar 10 minutinhos mais cedo para levar café na cama para o outro – mesmo que o tal “café na cama” seja apenas uma xícara de café com leite e um pãozinho amanhecido – apenas pelo prazer de vê-lo sorrir preguiçosamente.
Você demonstra seu amor quando, ao perdoar alguma falta, não fica remoendo a mágoa e guardando-a para ser jogada na cara do outro na primeira oportunidade.
Você demonstra seu amor quando aceita o outro como ele é, com suas qualidades e defeitos. E, mais que isso, quando você procura enaltecer as qualidades e “esquecer” os defeitos.
Você demonstra seu amor quando, ao perguntar ao outro como foi seu dia, ouve-o atentamente e compartilha de suas pequenas alegrias e frustrações.
Você demonstra seu amor quando respeita o outro, quando respeita seus momentos de solidão e de introspecção sem ficar constantemente perguntado o que está acontecendo e se há algum problema.
Você demonstra seu amor quando, ao discordar do outro, não o faz erguendo a voz e impondo sua opinião, mas apresentando suavemente seus argumentos e objeções.
Você demonstra seu amor quando consegue realmente colocar-se no lugar do outro antes de agir, de emitir algum julgamento, algum comentário sarcástico, ou, até mesmo, antes de soltar alguma frase do tipo: “Viu? Eu avisei...”.
Você demonstra seu amor quando suas atitudes realmente expressam um genuíno interesse e preocupação pelos sentimentos e pensamentos do outro, pelos seus problemas, pelas suas angústias, pelos seus medos, pelas suas conquistas, pelas suas alegrias, pelos seus sonhos.  
Enfim, para mim, amar alguém requer esforço, dedicação, tempo, investimento psíquico e emocional e, acima de tudo, requer ATITUDE.

   
Uma primeira versão deste texto, de minha autoria, também está publicada no blog De repente, 30 no qual escrevo aos domingos.  
Sinta-se à vontade para copiá-lo, porém peço que respeite a autoria citando a fonte, ok? Abraços, Déia
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