quarta-feira, 31 de agosto de 2011

RESULTADO SORTEIO DO LIVRO " O CICLISTA DA MADRUGADA" DE ARNALDO BLOCH:

Olá meus queridos tudo bem?

Vamos, então, ao resultado do primeiro sorteio do blog Devaneios, em parceria com o blog Escritos Ideológicos, por conta da campanha : "Livro é pra Circular" que a querida @anakinT idealizou.

E o sortudo (a) que ganhou esse excelente livro foi:


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E o número 163 é da


Parabéns Edivaneide!

Estou entrando em contato com você por e-mail. Você terá 72 horas para retornar meu e-mail, caso contrário o sorteio será refeito, ok?

Aos que participaram, meu carinho e agradecimento!

E à @anakinT, meu mais sincero obrigada por proporcionar ao Devaneios presentear um de seus leitores!

E, pessoal, não deixem de visitar o blog Escritos Ideológicos e conhecer a campanha "Livro é pra Circular", ok?

Um beijo enorme!

Déia

domingo, 28 de agosto de 2011

As vidas de Eulália - ou As Eulálias da vida...






Eulália, no alto de seus 35 anos, observa, com enfado, sua vida arrastar-se ante seus olhos, sem que nada de emocionante aconteça.
Durante a semana, a despeito de sua apatia habitual, Eulália empresta à própria voz um tom rouco e aveludado e preenche momentaneamente o vazio e a solidão dos que, habitualmente, ligam para o Disque-Sexo no qual trabalha.
Os finais de semana, passa-os todos em frente à televisão, desejando, secretamente, ocupar o lugar das inúmeras mulheres lindas que aparecem na tela, com suas vidas supostamente interessantes.
Um dia, porém, Eulália decide que é chegada a hora de criar uma vida de verdade.
Raspa a cabeça, faz cinco tatuagens (dentre elas uma moça com ar angelical a observar, divertida, um imenso falo, trespassado de ponta a ponta por dezenas de pregos), coloca um alargador no lóbulo da orelha esquerda e mais dois piercings (um no nariz e outro na língua), decide vestir-se de preto dos pés a cabeça e, uma vez que torna-se tão radical, passa a cometer pequenos delitos, como furtar clipes e canetas no seu local de trabalho.
Ante os olhares atônitos dos conhecidos e quando questionada acerca do que aconteceu com ela, limita-se a sorrir com ironia e a responder lacônica:
"Ah! Eulália foi passear pela vida e perdeu-se pelo caminho . . . "
. . .
Quanto a mim, observo, deveras interessada, a intensidade com que algumas pessoas rompem a tênue linha entre a indiferença e o absurdo . . .
Esta crônica, de minha autoria, foi publicada originalmente no blog De repente, 30, no qual escrevo sempre aos domingos. 
Peço que, caso você decida copiá-la, por favor, respeite a autoria e cite a fonte.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Aos amigos que devaneiam por aqui...

"Não sou pra todos. 
Gosto muito do meu mundinho. 
Ele é cheio de surpresas, palavras soltas e cores misturadas. 
Às vezes tem um céu azul, outras tempestade.
Lá dentro cabem sonhos de todos os tamanhos.
Mas não cabe muita gente. 
Todas as pessoas que estão dentro dele não estão por acaso. 
São necessárias.
Caio F. Abreu

Dedico este post a todos os amigos que me acompanham aqui no Devaneios!
Embora eu esteja afastada, tanto daqui quanto de seus cantinhos devido a problemas familiares realmente bastante sérios, saibam que vocês me são realmente necessários e moram todos no meu coração.
Sempre que eu puder passarei em seus blogs para retribuir o carinho que vcs me dedicam e também para matar a saudade, ok?
Um beijo carinhoso e cheio de saudade...
 Déia

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Impermanência


"Nem as derrotas nem as vitórias são definitivas.
Isso dá uma esperança aos derrotados, e deveria dar uma lição de humildade aos vitoriosos."

Saramago






domingo, 7 de agosto de 2011



" É preciso aprender a se movimentar dentro do silêncio e do tempo."



Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A lâmina quente do CIÚME


Dói, dói tanto que parece uma lâmina quente atravessando a carne. O ciúme, com seus mil tentáculos, rouba a clareza, a lucidez, a inteligência. Você pode ser doutor em filosofia. Pouco adianta. Esse sentir dilacerante nada tem a ver com a razão. Ele se instala dentro da alma sem pedir licença, vira tudo de cabeça para baixo e se torna dono absoluto das suas ações. Amigos se mobilizarão para mostrar o absurdo do que está acontecendo. Pura perda de tempo. Por mais que um resquício de sanidade ainda tente abrir caminho dentro de você, ele será rapidamente derrotado.
Sim, as pessoas podem matar por ciúmes, pois ele flerta com a loucura. Não é preciso ter folheado as páginas de Em Busca do Tempo Perdido, de Proust, o mais alentado estudo sobre o tema, para saber disso. Argumentos não valem contra um poder que se alimenta da destruição. Conheci pessoas que perderam centros vitais só porque uma suspeita de traição pairava sobre a criatura amada. O ciúme nasce com a força maligna de um câncer, contaminando todas as horas. Alguns, ainda protegidos pelo desejo de se salvarem, buscam na terapia uma possibilidade de tomar consciência do absurdo que vivenciam. Porém, no mais das vezes, ele vai embora quando quer, à revelia de nossa vontade.

Querer alguém com a voracidade de um lobo faminto. Não conseguir mais comer direito, pensar incansavelmente no objeto da nossa paixão, não conseguir sequer trabalhar, quase não dormir mais à noite. Tal é o estado em que se encontram aqueles que contraíram essa espécie de vírus que cresce, cresce e domina tudo. Só quem já sentiu sabe: é o corpo que padece, que se retorce, que inaugura a tristeza nos olhos e paralisa os membros. O ciumento tem certeza absoluta que pode morrer disso de uma hora para outra. A respiração se torna mais curta, o peito arfa, as mãos se crispam. É o fim encontrando seu objeto, o aniquilamento dando bom-dia à sua vítima.
Esqueça a lógica, a prudência, a palavra que equilibra e aquieta. O ciúme brigará com todas elas. Quando chega a cura para essa enfermidade, não será incomum nos perguntarmos: “Como eu posso ter sido tão insano?” Percepção tardia, que pertence aos convalescentes, não àqueles que continuam caminhando no inferno. Para esses, é normal ter alucinações, imaginando que a qualquer hora podem ser trocados por outro. O inimigo mortal. Vigiam, na esperança vã de que seu radar emocional acuse qualquer indício que os autorize a atacar. Já não são mais seres civilizados. Retrocedem. É o animal ainda não polido pela cultura e pela convivência saudável que passa a ocupar todos os espaços.
Já vi homens e mulheres padecendo dessa dor. E ambos agem rigorosamente da mesma forma. Os instrumentos de que se valem podem ser diferentes, mas não o estado alucinatório em que mergulham. Talvez eles usem com mais frequência a força física, agredindo, em muitos casos, enquanto elas fazem manobras secretas para tirar do jogo quem as está impedindo de viver o seu amor.

Não existem teóricos do ciúme. Só se pode falar dele já o tendo experimentado. Sinto calafrios ao pensar que quase me especializei nisso. Hoje sou como um desses ex-viciados que estão bem, mas não podem se aproximar da droga novamente. As relações mais duradouras, que atravessam os anos, costumam aplacar em nós essa doença, pois outro nome não se pode dar.

Tenhamos compaixão de todos os ciumentos da terra. Eles padecem dos piores suplícios que se possa imaginar. Sabem que a lâmina é mortal, mas mesmo assim continuam enterrando-a cada vez mais fundo em seu próprio peito.

Texto de Gilmar Marcílio, extraído DAQUI.


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