Existem dias em que a tristeza parece que vai tomar conta de nós...
Hoje, dia 11/02 foi um desses dias.
Minha mãezinha faleceu e eu estava ao seu lado, segurando sua mão.
(Ela estava hospitalizada desde o dia 31/12. Tinha câncer no cérebro.)
Curiosamente, instantes antes de seu falecimento, eu estava lendo o seguinte poema de Mário Quintana:
Silêncio
"O mundo, às vezes, fica-me tão insignificativo
Como um filme que houvesse perdido de repente o som
Vejo homens, mulheres: peixes abrindo e fechando a boca (num aquário)
Ou multidões: macacos pula-pulando nas arquibancadas dos estádios...
Mas o mais triste é essa tristeza toda colorida dos carnavais
Como a maquilagem das velhas prostitutas fazendo trottoir
Às vezes eu penso que já fui um dia um rei, imóvel no seu palanque,
Obrigado a ficar olhando
Intermináveis desfiles, torneios, procissões, tudo isso...
Oh! Decididamente o meu reino não é deste mundo!
Nem do outro..."
Ao término da leitura, imediatamente me identifiquei com o poema. Em pleno carnaval, com toda a esfuziante alegria colorida, eu estava olhando minha mãe se degenerar em vida...
Mal eu havia começado a digitar o poema no Facebook, levantei os olhos e percebi que o momento de sua partida estava chegando.
Imediatamente pulei de onde estava e, juntamente com meu esposo, seguramos sua mão até que partisse.
Foi um dos momentos mais tristes da minha vida...
Nunca um poema conseguiu expressar de maneira tão perfeita meu sentimento.
O silêncio e o vazio tomaram conta de tudo...
Vá em paz mãezinha querida!
Como disse o professor Carlos Araújo, um querido amigo meu, "Nós só morremos quando somos simplesmente esquecidos."
Sendo assim, você viverá eternamente, mãezinha querida! Jamais será esquecida! Te amarei eternamente!